As sementes estão a ser atacadas em todo o lado. Sob pressão das empresas, as leis de muitos países impõem cada vez mais limitações ao que os camponeses e camponesas podem fazer com as suas sementes e com as sementes que compram. Prática milenar, a conservação de sementes é a base da agricultura e está a ser criminalizada a um ritmo acelerado. O que podemos fazer para o evitar?
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Defender os sistemas de sementes dos próprios camponeses e camponesas
Os campos dos camponeses são a primeira linha de defesa contra as leis adversas das sementes. Isso significa organizar-se para resgatar, recolher, conservar, desenvolver, partilhar e utilizar as sementes camponesas locais. É muito importante que as mulheres e os jovens também se envolvam. Pode começar um projeto com vizinhos ou associações locais, falar com os vendedores de rua ou do mercado, envolver escolas e postos de trabalho, etc. As feiras de sementes e as visitas às terras cultivadas e as hortas são uma parte importante desse trabalho.
Impedir as “Leis da Monsanto”
É mais fácil lutar contra propostas de lei que criminalizam os camponeses e camponesas antes de elas chegarem a lei. Se a opinião pública estiver contra, elas tornam-se mais onerosas para os governos avançarem com elas. Organize protestos de rua, faça vídeos, fale com os meios de comunicação social, organize ações diretas...
Una forças com outros camponeses
Em muitos casos, os camponeses de outros países lutam contra leis muito semelhantes. Pode ser muito útil aprender com eles e as suas experiências boas e más. Mesmo que tenhamos estratégias diferentes, podemos construir frentes comuns contra a indústria das sementes e os governos que lhes favorecem os interesses.
Desenvolva alianças com outros movimentos
Será possível formar uma aliança abrangente, quando as pessoas entenderem que as sementes afetam o bem-estar de todos e não apenas dos camponeses. A luta pelas sementes pode ser integrada nas lutas mais alargadas dos camponeses e camponesas, pois não pode haver soberania alimentar sem soberania das sementes. As lutas pelas sementes também podem ser aspetos importantes de lutas mais diversificadas, como campanhas e ações contra os acordos de comércio livre, a austeridade, os regimes de novas patentes ou da Internet, as mudanças climáticas, as leis fundiárias, etc..
Desconstrua a propaganda
As empresas das sementes e os governos apresentam as leis das sementes como se elas protegessem os consumidores, garantindo-lhes sementes de qualidade e de maior rendimento que permitem alimentar os pobres. Temos de desconstruir esses mitos e mostrar que a agricultura que eles promovem é tóxica e gera fome. Essas leis só servem para extrair a riqueza das comunidades locais e transferi-la para as empresas.
Tente conseguir leis positivas
Nalguns casos, pode ser possível obter leis favoráveis, programas ou ferramentas que protegem os sistemas de sementes camponesas. Pense nas zonas livres de GM, nas leis que rejeitam as patentes sobre a vida ou nos programas que promovem as variedades locais e as sementes camponesas. Noutros casos, essas leis ou esforços legais poderão excluir pessoas, dividir comunidades, enredar os camponeses em burocracias legais, criar contradições ou ser um desperdício de tempo.
Leia a publicação online: As leis das sementes que criminalizam camponeses e camponesas. Resistências e reações